quero abandonar nessa noite que se expaira lentamente, todas as perspectivas antigas criadas e estabelecidas pelos outros.
quero observar os segundos e minutos passando com mais cautela e atenção.
quero correr, como nunca corri antes em toda minha vida.
quero me tocar com mais zelo e cuidado.
quero abrir a janela do meu quarto e admirar a maior obra-prima da natureza: o sol (em todo seu explendor).
quero andar por diferentes ruas, dirigir novos carros, quero comprar uma nova cama e amanhã, dormir em outras camas.
quero ter um caso sério e intenso com o Buda que por algum tempo eu desprezei naquele canto escuro, solitariamente.
quero me escutar mais, sem criticas ou exigências em demasiado; essa semana eu me decreto folgas de tudo e todos.
quero me olhar no espelho e me amar como nenhum outro ser humano seria capaz de amar.
quero desabrochar minha sabedoria, e naturalmente permitir que ela flua despretensiosamente sem que eu tenha que dividi-la com mais ninguém, apenas comigo mesmo.
e que assim seja.