sábado, 19 de junho de 2010

Mataram a árvore

*clique e sinta a quietude emanando pelas folhas



majestosa e bela, era dona de uma presença esplendorosa naquele quintal.
aqueles homens com aquelas serras elétricas e cóleras esvairindo por suas cutis,
destruiram uma vida que nenhum mal lhes faziam.

velha, não tinha como defender-se
totalmente desprovida de armas e escudos.
graças por sua existência.

seu único feito era proporcionar
sombra, frutas e inspiração para os poetas
que nela viam.

seus galhos eram motivo de felicidade e orgulho
para os seres que lá viviam.

nela eu descansava das viagens,
e a ela retornava para aprender a partir.

com ela foi-se a minha esperança.
esperança de estar envolvido naquela imensa generosidade verde e inocente,
que apaziguava-me com a sua atmosfera de folhas e de sombras interiores que em mim cresciam.


2 comentários:

  1. Quando puseram abaixo a mangueira do nosso quintal, não tão velha, senti como se estivessem a mutilar a mim, e a cova que sobrou, foi essa cova que trago cá dentro onde vou preenchendo de lembranças: festas, almoços, leituras, sombras, frutos colhidos, orquídeas nela cultivadas... É assim, meu caro, somos de lembranças.

    Gostei do seu espaço.
    Abraços,

    ResponderExcluir

 
Copyright © com a palavra